domingo, 2 de novembro de 2008

Tempo


Reles vitimas desse grande ditador da vida somos nós!
Vil senhor do tempo! Porque roubas de nós nossos bons momentos e alegrias?
Como seria bom se as grandes emoções, os momentos agradáveis e as companhias especiais ficassem em nossas mentes tal como aconteceram!Se nossas lembranças fossem tão fiéis e reais quanto os próprios acontecimentos...Se o tempo não insistisse em esvair e sistematizar nossas recordações!

Ora... Mas e a saudade? Essa, que mora no espaço onde não mais há o que já houve um dia... E que nos faz perceber a importância das existências... Como existir, se não houvesse o porquê senti-la? Porque a saudade, esta, mora na incompletude, na inexistência, na falta....

Talvez seja isso: O teor da vida é justamente a incompletude... Que nos faz querer mais! Esse sentimento de “não-há” , que nos faz sempre buscar o haver, o completar, o existir!
E aí nos tornamos como construtores de castelos na areia... Sempre buscando (re)construir o que foi levado pelo vento...

Descubro que não há vilania!
Em se existindo o senhor do tempo(e do vento), podemos nos descuidar um pouco mais. Há saídas. Há mudanças. Há crescimento. Há saudade. Há reinício. Um recomeço sempre é possível...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008


E a menina do nariz de palhaço sempre fazia aflorar em mim minhas mais profundas contradições. Sua forma simples e espontânea se misturava na burocrática complexidade do meu pensamento. Fazia da gargalhada sua forma de se comunicar com o mundo. E isso me diluía ainda mais em minhas próprias idéias.
E eu, um tanto complexa, um tanto programada, um tanto previsível... Percebi que na verdade todos daquele circo fazem parte do espetáculo que somos nós. Somos também a moça do nariz de palhaço, o moço do chapéu mágico, o trapezista, o malabarista...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Um piscar de olhos...



Quando parece que nada mais aconteceria, o inesperado! A sensação de se ter se perdido, desencontrado, mas ao mesmo tempo se descoberto. Sensação de controle ante a um total(e visível) descontrole. Se sentir impotente em meio a um tão, tão, tão...!
Um outro mundo...É possível?Com tanto sentimento se esvaindo de dentro de mim...
Parece que eu me perdi num sonho encantado!E sair dali é quase impossível, é improvável! E tudo se torna tão, tão, tão...!
Cada gesto, cada palavra... As risadas compartilhadas, as declarações. Tudo de repente se tornou mais autêntico, mais sincero, mais límpido!
Ser E não ser, numa fração de segundos suficiente pra se viver uma vida inteira!

Mas sempre vem o medo. O desespero. O não querer perder (se) de sempre. O não se entregar.
Para depois começar tudo de novo...
O próximo piscar de olhos...

(Re)construção


É engraçado como somos uma construção que está em constante demolição, e numa infinita reconstrução...
E eu, por mim mesma...Não passo de uma permanente busca por convencimento!
E não somos todos assim?Buscando nos convencer do que somos e acreditamos?Buscando entender ao menos o que se passa dentro de nós, já que o que está fora é tão confuso...
Mas será possível?Somos passíveis daquele convencimento perpétuo?Daquela convicção definitiva?
Não somos nós mesmos tão caóticos?Tão inconstantes?Tão incertos?
Guimarães Rosa dizia que “o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando”.
E não mora aí, talvez, a nossa beleza?Em podermos nos repensar(e aos outros)?E porque não nos transformar?
Mas no terreno das incertezas, só a busca pela terra firme do convencimento nos faz nos sentir seguros...
Medrosos?Orgulhosos?
Ou talvez apenas Humanos!

Voz que clama no deserto


As conversas com os amigos, as viagens filosóficas, as leituras vorazes e até os filmes e as músicas são minhas formas de convencimento...
Há alguns dias estava conversando e pensando bastante a respeito de “questões teológicas”! Não é isto que mais tem ocupado minha mente ultimamente...Acho que já encontrei meu “ponto de convencimento” a este respeito. Pelo menos por enquanto... Até que surja um fato novo que me tire outra vez a calma tranqüilidade da estabilidade.E aí... Aí começa tudo outra vez!
Mas até lá, decidi escrever um pouco sobre essa recente trajetória em busca de me construir:
Há muito, estou decepcionada com a instituição Igreja...A forma como a Igreja tem tratado e relativizado diversas coisas...A forma como tem reafirmado diversos valores...A forma como não tem lutado pela justiça, ou até mesmo a forma como a Igreja serviu a poucos, ao longo da história, como um meio de dominação...Tudo isso me faz perceber que tem bastante coisa que não está como deveria estar nessa instituição.
Antes de qualquer coisa, é sempre bom lembrar que as Igrejas são instituições humanas, e por isso, plausíveis de erro como quaisquer outras... Isso me faz ser menos rigorosa em minhas críticas...E faz, ao mesmo tempo, desmistificar a “monopolização de Deus” por determinadas Religiões. Deus, em sua transcendência e magnitude, não é passível de ser “enquadrado”. Que arrogância a nossa tentar transformar Deus em propriedade!E então, essas “instituições humanas”, formulam listas de comportamentos para se poder relacionar com Deus. E infligir essa lista resulta em pecado e conseqüente castigo...Não consigo entender que Deus é este! Que fica no céu esperando a gente errar pra nos castigar? Não! Esse não é o Deus que eu acredito... Acredito num Deus, que é AMOR! E que por isso, para nos relacionarmos com Ele, precisamos viver o real significado do Amor...Um Deus que está preocupado com a gente!Que quer o nosso bem! E que por isso- por amor- preferiríamos que não fizéssemos determinadas coisas...Pra não quebrarmos a cara.Como um pai mesmo...Que se preocupa.E não como alguém que nos espera errar para nos castigar!
A igreja não sabe lidar com regras!Ao invés de as tratar como “placas” que indicam o melhor caminho...As tratam como proibições, “prototipizando” as pessoas e seus comportamentos, e sem se fazer um debate sobre o que é proibido, apenas cerceando as individualidades. Ora, que Deus é esse que as pessoas se relacionam, mas Ele não as trata individualmente?? E aí, por não serem todos iguais, e por muitos não conseguirem se adequar às imposições da Igreja, tendo suas atitudes tratadas como erros, vem a culpa!E por isso há tanta gente “doente” dentro das igrejas...E ao mesmo tempo, surge também, uma “aversão” àquilo que não se enquadra nesse padrão estipulado,havendo cada vez mais um distanciamento do diferente! Quem somos nós pra dizer quem tem ou não um relacionamento com Deus?Pra dizer quem o encontrou ou não?E desde quando uma carteirinha me membro de uma religião fará com que você tenha de fato o encontrado?
Além do mais, enxergando Deus como Amor, na minha concepção, é inimaginável compreender essa dicotomia entre o transcendente e o material que algumas igrejas fazem! Ora, o amor quer o melhor para o outro, o amor é justiça! Partindo desse pressuposto, estes que acreditam num Deus que é amor deviam ser os maiores lutadores por Justiça e contra a subjugação dos outros... Nada mais coerente!
Ao mesmo tempo, por eu estar falando em “viver pelo amor”, fazer o bem, aceitar o diferente, etc... Nos dá a impressão de que os Cristãos devem ser assim, perfeitos, sem erros! Ora, somos humanos!Imperfeitos! E o fato de sermos cristãos não nos torna “santos”(como alguns próprios Cristãos acham)...Mas sim que, apesar de "essencialmente maus" existe a possibilidade de se buscar ser melhor...Através das práticas do amor, que são a essência de Cristo!!!Logo, o Cristianismo não passa de uma busca e tentativa de sermos melhores, vivendo através do amor!!
MAS...Apesar de todas essas criticas e ponderações, tenho que me policiar muitas vezes para não me pegar fazendo o mesmo...Enxergar-me como detentora da verdade e vê-los(estes que tratam a Igreja assim) como diferentes, distanciando-me!!Há inúmeros erros...SIM!! Mas segregar-me não é a solução....E não relativizar o ambiente que é a igreja, que é um espaço que propicia o relacionamento(algo tão difícil na dinâmica atual da sociedade), além de aprendizado, um espaço que propaga valores baseados no amor(o que ao meu ver é a maior qualidade da instituição) e um espaço onde tem muita gente bacana e afim de acertar, mas talvez sendo mal direcionado!!
Reconheço todas as complicações a respeito da situação da Instituição Igreja hoje.E reconheço a enorme necessidade de mudança! Mas a mudança pode se dar de duas formas: Posso mudar sozinha e deixar as coisas como estão, ou posso, através das minhas críticas tentar mudar a realidade.
Talvez eu deva “fazer como Moisés e migrar com o povo, usando minha voz como quem clama no deserto, fazendo da minha crítica um diagnóstico de denúncia e profecia do que vemos”.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Passo


Passo como quem flutua
Escuto barulhos mas não ouço nada
Vejo vultos mas não enxergo nada
Passo a passos lentos, errantes
Desconexos...Pensamentos
Onde será que estou?
Passo ao passo que as coisas não passam em mim
Numa busca de convencimento
Desfaço-me e refaço-me e...Nada
Passo subjetivo, imaginário
Mas não sou poeta ou artista
Apenas sigo meu descompasso.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Logo eu...

Após tanto relutar...Me rendi às requisições da vida moderna!Fiz um Blog...
Logo eu, que tanto criticava, você vai dizer...
Pois é!Logo eu! Logo eu que dizia que não conseguia ler pela internet e nem escrever por um teclado?? Sim...Logo eu... Que acabei de atualizar meus e mails ontem! Desde as férias!
Por isso é que já advirto: Não crie muitas expectativas! Não visite esse blog sempre!! Não espere algo espetacular... Ele foi feito só para raros(no sentido literal e metafórico da frase...rs).
E até que eu aprenda a usar esse negócio, ou “tome gosto” pela coisa, esse espaço vai ser usado RARAMENTE...
Mas...de qualquer forma, obrigada pela visita!!